Pietà

Michelangelo, La Pietà – Basilica di San Pietro

Neste link, Uma Introdução a Pietá e sua leitura pelo autor



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PIETÀ


Stabat mater
dolorosa

Jeanne aprés Modigliani –
La muse et la fênetre

Giulietta doppo Fellini –
Un dolore più forte
di quello di Cabiria

Drummond depois de Maria,
também ela Julieta –
a pessoa que mais amei neste mundo

And Juliet, the icon
left with no friendly drop
to help her after – after Romeo
Poison and dagger –
O happy dagger!

Acorda!
que o cortejo dos amores trágicos
não cessa e
bate à porta
dum pendebat filius

Primeiro foi Djalma,
aquele coração
que era um balde despejado
– e agora Olívia,
juxta crucem lacrimosa.

Acorda!
que o cortejo dos amores trágicos
não cessa

Ma
sina,
Giulietta:
Morrer de amor,
A mais bela morte.

Mas como dói em nós outros
a dor mortal que os levou de nós
e um do outro.

Duas inscelências
entrando no paraiso
Dry martini em punho –
Here’s to my love! –
e nós aqui,
como uma banda em Nova Orleans
no ofício de um jazz funeral,
cabírias nós todos
entre um trompete e o bumbo,
a dor e a melodia
a lágrima e o alento
o bourbon e a rua.

caio leonardo

7.5.2009

2 comentários em “Pietà”

    1. Lindíssima Pietá, Caio!!
      Em especial as duas últimas estrofes, nos lembrando que mesmo a festa jazzística de New Orleans carrega uma tristeza indizível para os convivas (menos para os poetas como você, que eu nem sabia que o era…), que não poderia ter ícone mais perfeito do que a querida Dona Olivia amparando em seu colo o inefável Djalma!! Abraços fraternos em São Francisco

      Curtir

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