Estou tão,
mas tão sozinho
nesta cidade,
que chega a doer
a espinha da escápula
o esplênio do pescoço
o latíssimo do dorso e
o rombóide menor.
Só não te mando um beijo
porque me dói
o zigomático maior e
o orbicular da boca.
Te deixo agora
que já me dói a língua
de tanto querer falar
e não falar
por não ter a tua bigorna
nem o teu martelo
pra vibrar cruel
com minhas saudades