Laura dormia a esta hora
depois de mamar em Carolina Augusta –
a mais bela cachopa de Rio Frio,
mocinha órfã de Trás-Os-Montes,
a mais nova mãe de Vila Ventura,
destino d’além-mar de uma alma forte,
mas não aventureira -,
tudo sob o olhar curioso e ciumento de Maria,
primogênita
a quem aquela criança chamaria de Taminha
pelos tempos dos tempos.
No alpendre, Antonio,
do sorriso maroto
e do cenho fechado,
guardava as galinhas e os ovos –
os olhos sobre a fronteira da estrada para Uchoa,
lama aberta no descampado,
a eternidade da pequenidão
daquela vila de terra vermelha,
noventa e dois anos atrás.
……….
caio leonardo, no abril de 2019,
filho de Laura, neto de Carolina Augusta,
sobrinho de Maria, que Maria nunca foi –
ou era Carminha ou era Taminha -,
neto de Antonio
Muito lindo, Caio!!
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Obrigado, Straus!
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