O jardim é um círculo
estreito viário urbano
o mato está alto. (Decrépito)
A linha corrugada da circunferência
já está refeita, branca, branca.
(Sepulcro caiado)
Homens de enxada na mão
capinam. Os três,
mais de sessenta – conjunto disjunto
composto de uniforme e urgências.
Um jaleco laranja está limpo demais. (Urgência)
A enxada ao final daquela manga folgada
dura de brim e pouco uso
não assusta o mato.
O rosto acima da gola é uma pedra escura
distinto
(Recém-saído de uma repartição
para sempre?). Agora ali
rodando parado
os pês mal firmados sobre a terra em desflor
que é aquela ilha-rotatória –
os carros girando em torno, girando,
(A classe média do Sudoeste
gira seu recesso de janeiro)
em torno do jaleco limpo
da enxada inútil –
são quase 11 horas na 303.
Ele ergue lentamente
a enxada à altura do quadril
a meio-pau (É o que pode)
e acena com ela para os dois
que atacam o mato com força e hábito:
O queixo se ergue em direção a eles
Os olhos estão escurecidos
O queixo se estende em direção a eles
Mas os lábios
os lábios se prendem, mordidos.