Caboclo que sessas sob o sol,
Já se vão desoras
de mancornar
os que alcunham de mandriões
os esportulários antes trambecados
por veredas hoje descangadas.
Olha as almas que tranam o rubicão da bonança
tangidas pelo aracati benfazejo
que bafeja
este albor de século.
Motejam o teu mourejar.
Rezingam o roborar do teu costado.
Lobrigam no breu da bem-aventurança,
apeançados com teu novo vigor.
Joeira pela urupema
o jaspe,
sessado e lustrado,
que ornará neste lustro
os altares deste bom povo,
lombilhado,
lonqueado.
Joeira pela urupema
o que te enfronda
e confronta o sandejar
dos da ribalta.
Que alto é o teu horizonte,
para além das pretermitências
que assombram o dia santo.
Joeira pela urupema
o sal da terra,
e deixa esvair-se
o esgar provecto
que aqui já não tem tempo,
nem lugar.
Caio Leonardo
21.10.2014
Leitura de Canção do Levante pelo autor: