Só há espaço, na vida pessoal, para o cuidado de si, de quem está perto e, na extensão das capacidades de cada um, de quem está longe.
Só há espaço para se dar atenção a vozes e lideranças que mostrem respostas, soluções e norte.
Tudo o mais que se está discutindo no ambiente político é contingente, baixo e não interessa à população neste momento em que todos nós mais precisamos de Estado presente e atuante para equilibrar o impacto de uma crise concreta, real e incontornável.
O que interessa é como vamos comer e onde vamos dormir. Como a comida chegará a cada um de nós e como o teto será garantido. Como estaremos protegidos e o que podemos fazer para a proteção do outro.
O empresário e o empreendedor cuidam do seu negócio. Uma crise como esta extrapola a capacidade de ação de todo e qualquer negócio ou empreendimento. É para uma crise como esta que existe o Estado:
1) para informar a população sobre os riscos que corre, sobre em que estágio da pandemia se está, sobre o que está por vir e sobre como agir individual e coletivamente;
2) para tratar da população afetada, com todos os recursos de que dispuser e que puder mobilizar: não é hora de pensar na conta, a conta será paga por gerações que só existirão e progredirão, se esta geração sobreviver e superar esta crise;
3) para estudar e buscar solução para a pandemia; e aplicar essa solução em larga escala o mais rápido possível;
4) para alocar recursos de forma eficiente e capaz de responder aos desafios da crise para além da saúde: produção, distribuição e consumo de alimentos e bebidas; higiene pessoal e limpeza doméstica; teto e atenção a todos; reorganização do trabalho; reorganização da família, reorganização da logística das relações de troca;
5) para organizar e adaptar as forças produtivas em torno do bem comum, em especial, da contenção da pandemia: ponderar, adotar, avaliar, subvencionar, financiar e rever ações como isolamento, lockdown, protocolos de higiene e proteção, e plano de retomada gradual da vida no espaço público e no mundo do trabalho;
6) para sustentar empresas, empreendedores, trabalhadores e pessoas fora do mercado de trabalho, enquanto não seja possível retornar à dinâmica de mercado;
7) para oferecer segurança e ordem num momento em que ausentar-se, isolar-se é um ato cívico, humanitário, histórico.
Quem quer que esteja na esfera pública (fora da família e da empresa, dentro do Estado) deve estar ocupando o tempo dele/dela e o meu/seu com uma dessas sete finalidades.
Qualquer autoridade pública que desvie energia nesta hora não devia estar em posição de comando.
2020 é um ano para os grandes homens e para as grandes mulheres servirem a algo maior do que seus projetos pessoais.
2020 é o ano da Política entendida como a arte maior de pensar e construir o futuro.
Quem não tiver grandeza nem visão de futuro para o Brasil e para a humanidade, então que faça sua parte e isole-se.
Parabéns Caio! Assim como não há caminho seguro fora da democracia, o momento atual não pode ser da “União” e sim da união de todos pela preservação da vida, somente teremos sucesso se lutarmos unidos em um único pensamento e contra um único inimigo, o COVID 19.
O passo seguinte é levantar e dar a volta por cima.
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Excelente texto. Gostei muito.
LUIS ADAMS
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