Carta à Humanidade – Se ela ainda existir

Quem Salva Uma Vida, Salva o Mundo Inteiro

              Talmud

 

É passada a hora de vidas serem salvas na Palestina. Vidas demais foram perdidas. Histórias inteiras apagadas com todos os seus registros, do sofá da sala ao dente de leite; da universidade ao hospital; do médico que não via sentido em construir sua carreira em outro país – e como ficariam meus pacientes? –desse médico aos poetas, às romancistas, às professoras, aos alunos; dos padeiros aos que cultivavam oliveiras. As vidas de uma nação inteira que poderia ter sido, mas não será.

É hora de projetos políticos recuperarem o eixo do que seja digno querer para seu povo, do que é justo entabular (sentarem-se juntos à mesa) com seus vizinhos.

Não é digno que Israel aniquile a nação Palestina para proveito seu. Não é justo que Israel queira o território Palestino para si, eliminado tudo que ali havia até minutos atrás e que continua a ser destruído.

Avança, Mundo desnorteado pelos espasmos caóticos de lideranças cuja visão de futuro é a de nos fazer recuar, a todos, a uma ordem que se assemelhe aos arranjos aristocráticos, senão teocráticos, de antes das revoluções liberais de 1776 e 1789.

Hoje, Tempo é morte. Tempo é mortandade em massa. Não há tempo para tergiversações. Não há tempo para concessões a máquinas de guerra a serviço de nada, a não ser o caos.

A Humanidade se afirma na negação do caos e na construção da ordem em que todos são contemplados e todos podem contemplar o horizonte segundo seu entendimento ou na busca de algum entendimento.

Paz na Palestina. Paz na Terra em todas as suas dimensões.

Caio Leonardo

Brasília, numa data tardia demais