Fale de mim, Tempo.
Conte de mim.
Não que eu queira ouvir as histórias que sei
ou as que esqueci.
Conte o que fez de mim
enquanto descobria Raymond Carver;
o que esculpiu na minha carne
enquanto eu preparava a infindável refeição.
Sussurre o que não percebi que acontecia
em volta:
fale da minha ingenuidade obcecante.
Estou contente com o que sou,
apenas que ouvir outras vozes do Tempo
faz do homem um dodecaedro,
a vida vista e vivida por doze faces
que ouvem doze vozes dodecafônicas.
Diga, Tempo, o que tiver a dizer,
que a chuva está passando
e com ela vai a melancolia.
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caio leonardo 1° de maio de 2019
Eita cabra bom!
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